Eduardo Dieter Mucke (orquidário Santa Barbara)
A alegria e o prazer de cultivar Vandas
As Vandas ocupam lugar de destaque no Santa Bárbara.
A C. lueddemanninana (abaixo) concorre em pé de igualdade.
Para ele, cultivar Vandas só lhe traz alegria e prazer. Eduardo Dieter Mucke, nascido em São Paulo, descendente de alemães, cultiva orquídeas comercialmente, em Santa Bárbara d’Oeste, no interior paulista. Foi ali que instalou o Orquidário Santa Bárbara, um dos mais conceituados do País e que acaba de estabelecer parceria com a Associação Cearense de Orquidófilos – ACEO. Nesta entrevista, concedida a Vera Coelho, ele fala de como vem trilhando, há décadas, os caminhos da orquidofilia.
ACEO - Como nasceu sua paixão pelas orquídeas?
Eduardo Dieter Mucke – Tudo começou quando passei a caminhar pelas matas intocadas pelo homem. A natureza pura é sempre muito bonita. Nessas andanças, apreciava as árvores com muitas orquídeas floridas e elas me fascinavam. Aprendi muito cedo com a natureza, observando como cada planta se desenvolvia. Na década de 80, construí uma casa em Santa Bárbara d’Oeste e, num pequeno espaço de 8 m2, fiz um “puxadinho” para abrigar minha modesta coleção. Nesse hobby, como quase todo orquidófilo, fui comprando mais e mais. Quando me dei conta, o espaço era insuficiente para acomodar tantas plantas. Fiz outros “puxadinhos”, até que surgiu a primeira estufa, com 105 m2. Adquiri muitos exemplares bons, que chamavam a atenção dos amigos.
ACEO - Como surgiu o Orquidário Santa Bárbara?
EDM – Com o incentivo da esposa e dos amigos, além de excelentes matrizes, comprei o terreno vizinho a minha casa e foi lá que surgiu o Orquidário Santa Bárbara, hoje com 50 estufas, situadas em quatro diferentes áreas, onde passei a comercializar Cattleya e híbridos de Cattleya, inicialmente, e a importar orquídeas de Taiwan, quando, na época (1991), a importação era mais simples. Nesse meio tempo, comecei a investir também em espécies. Adquiri de um orquidófilo, que trouxe da Venezuela, algumas Cattleya lueddemanniana muito bonitas e hoje temos uma excelente coleção, com cruzamentos excepcionais. Há oito anos, em 2001, fui à Tailândia com o César Wenzel, orquidófilo de Rio Claro, em busca de novas espécies de Cattleya, que não existiam no Brasil. Fiquei, no entanto, encantado com as Vandas, pois a Tailândia é o celeiro mundial dessas plantas. Comparando com o clima brasileiro, achei que elas floresceriam aqui muito bem. Adquiri algumas mudas e passei a cultivá-las.
ACEO - O Sr. tem uma predileção em termos de orquídeas?
EDM – Minha primeira paixão foi a Coelogyne pandurata, de cor verde e labelo preto. Depois os híbridos de Cattleya, que passei a meristemar, e as Vandas, que são de uma beleza indescritível.
ACEO – Fale-nos do seu cultivo de Vandas, das vantagens e desvantagens. Algum segredo guardado a sete chaves?
EDM – Cultivar Vanda só me dá alegria e prazer. Não necessita de substrato, as raízes ficam livres e expostas ao ar. Não tem problema com lesma e caracóis, pela inexistência do substrato, consistindo isso numa grande vantagem. Outra que posso citar é a beleza e a durabilidade da flor. Não vejo nenhuma desvantagem. O segredo é adubar e molhar com regularidade. A água e o adubo foliar devem ser misturados para melhor desenvolvimento da planta.
ACEO – Se fosse começar tudo de novo, começaria com orquídeas?
EDM – Com certeza, se pudesse voltar no tempo, trabalharia somente com orquídeas, atividade prazerosa, que exige dedicação e comprometimento, mas é aquilo de que verdadeiramente gosto e o resultado só me traz felicidade.
Entrevista concedida a Associação Cearense de Orquidófilos.
A publicação desta entrevista foi autorizada pela Associação.
A publicação desta entrevista foi autorizada pela Associação.
Capturada em 25/08/2014
<http://www.orquidofilos.com/as-entrevistas-da-aceo-nº-12-eduardo-dieter-mucke-a-alegria-e-o-prazer-de-cultivar-vandas>
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