Foto e cultivo de propriedade de MGloriaM
Floração Setembro 2014
A Cattleya intermedia consta como uma das Cattleya mais apreciadas e cultivadas no Brasil. Motivos para isso não faltam. Além de ser nativa do Sul do País, apresenta uma grande variedade de formas e cores, sendo há décadas alvo contínuo de melhoramentos genéticos.
É encontrada naturalmente desde a Região dos Lagos no Rio de Janeiro, passando pelos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Vegeta principalmente no litoral, adentrando pelo interior até determinadas altitudes onde o frio impede seu avanço. "Estranhamente, a costa paranaense não foi povoada por esta espécie, o que constitui uma intrigante curiosidade", comentam Pedro e Lígia Holderbaum, proprietários da Flora Holderbaum, de Joinville, SC.
Carlos Gomes, proprietário do Orquidário Carlos Gomes, de Florianópolis, SC, afirma que no estado gaúcho sua ocorrência chega até as proximidades da fronteira com o Uruguai. "Nessa área, encontrou um habitat perfeito no Banhado do Taim, de onde saíram as melhores plantas e muitas variedades."
O porte da Cattleya intermedia sofre pequenas alterações conforme o habitat. Gomes explica que no litoral, junto à vegetação rasteira das praias, onde há umidade constante e muito calor, atinge quase 50 cm de altura, apresenta folhas duplas ou triplas de até 20 cm de comprimento e abre de nove a dez flores por haste. Já no interior ou em locais com menos umidade, chega a 30 cm de altura e possui de três a cinco flores por haste.
"Embora seja epífita, também pode crescer em pedras nos costões à beira-mar ou mesmo no interior. No Banhado do Taim forma verdadeiros jardins suspensos nas árvores, conhecidas como corticeiras, com dezenas de exemplares floridos", adiciona ele.
Esta espécie faz parte das Cattleya bifoliadas e conta com pseudobulbos roliços, robustos e de crescimento rápido. As plantas comercializadas em orquidários emitem em média de uma a sete flores por haste, podendo ou não ser perfumadas.
Maior atrativo
Seu florescimento acontece do final do Inverno ao início da Primavera, com auge em setembro. Nesse período são realizadas diversas exposições em sua homenagem, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os proprietários da Flora Holderbaum ressaltam que as flores da Cattleya intermedia possuem excelente textura, o que lhes confere boa durabilidade, permanecendo abertas por cerca de um mês. "Esta planta tem grandes predicados para hibridação, apresentando nas variedades flamea e aquinii um atrativo muito especial, que é o fato das pétalas possuírem em suas extremidades um intenso colorido, também passado aos seus descendentes. Esse atributo forma elementos multicoloridos que resultam em flores magníficas", dizem.
Eles justificam que, com o melhoramento genético sofrido pela espécie, os exemplares estão atingindo praticamente a perfeição, pois, ao longo de milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura, mais redondas e de cores bem vibrantes.
Atualmente, são admitidas cerca de 30 variedades, sendo que as mais comuns são tipo, orlata, marginata, alba, coerulea, flamea, suave, aquinii e concolor. "A orlata e a marginata parecem atrair mais a atenção devido à beleza do labelo. A flamea desperta interesse por ser grande e colorida", salienta Gomes.
Ele acrescenta que uma particularidade é ser a única que possui um amplo número de exemplares com flores pelóricas, ou seja, com três sépalas e três labelos ou pelo menos duas pétalas imitando o labelo. "É uma mutação rara em outras orquídeas, mas acontece em Cattleya intermedia oriundas de cruzamentos encontrados na natureza."
Dentre suas virtudes, também ganha destaque a precocidade, já que alguns seedlings emitem flores em três a quatro anos, enquanto nas demais orquidáceas, como a Laelia purpurata, pode demorar de seis a sete anos. Isso, aliado ao fácil cultivo, faz com que tenha grande aceitação em diferentes países, em especial no Japão, para onde é muito exportada.
Mantendo a beleza
Assim como todas as Cattleya bifoliadas, a Cattleya intermedia aprecia raízes bem arejadas, substrato poroso e boa adubação.
O profissional de Florianópolis afirma que ela não suporta substrato velho, principalmente xaxim (hoje com comercialização e extração proibidas), sendo este o responsável pelo insucesso do cultivo no passado. Ele recomenda produtos para epífitas, desde que sejam porosos e trocados a cada dois anos se forem orgânicos. Caso sejam inorgânicos, a substituição pode ser feita somente quando a planta estiver saindo do vaso. "Particularmente, utilizo apenas pedra britada."
O casal Holderbaum conta que depois de realizar diversas experiências, a que apresentou mais eficiência nas condições ambientais de Joinville foi a mistura de casca de pinus tratada, carvão e brita. "Uma dica importante para quem cultiva orquídea é desenvolver a observação, pois cada caso é diferente, não existindo uma receita exata para o sucesso". Como a cidade está localizada ao nível do mar e possui boa umidade do ar, esta espécie se adapta muito bem. "Cultivamos nossos exemplares sob ripados ou sombrite de 50% e em local ventilado", completam.
Quando bem adubada, a Cattleya intermedia emite de dois a três pseudobulbos por ano, formando touceiras. Os profissionais orientam aplicar semanalmente ou a cada 15 dias adubo químico de formulação balanceada ou orgânico, como bokashi, a cada três meses. Porém, o procedimento deve ser interrompido durante a floração.
Para garantir seu pleno desenvolvimento, é preciso dar atenção à rega, fornecendo água sempre que o substrato secar, e à luminosidade, mantendo sombreamento máximo de 70%. Também é necessário assegurar umidade ambiente acima de 60%.
Os proprietários da Flora Holderbaum explicam que essa planta aceita bem divisões e replantes. "O momento mais propício é a partir de um mês após o término da florada, quando surgem novos brotos e novas raízes. O vaso deve ter uma abertura de 4 a 5 cm maior do que a muda plantada, que precisa ficar bem fixada, nunca solta ou balançando."
Para minimizar o ataque de fungos, é essencial fornecer ventilação e luminosidade adequadas."Se houver necessidade, basta aplicar fungicida, tanto de contato quanto sistêmico, mas sempre com orientação técnica, porque de nada adianta usá-lo sem saber qual é o fungo", orienta Gomes.
Como toda aglomeração de plantas favorece o aparecimento de pragas, os especialistas de Joinville aconselham um acompanhamento visual quando a coleção não é numerosa, retirando para tratamento o exemplar que apresentar infestação. "Cultivar Cattleya intermedia propicia um grande prazer, porque a cada abertura da primeira flor de um seedling novas surpresas poderão surgir", concluem.
É encontrada naturalmente desde a Região dos Lagos no Rio de Janeiro, passando pelos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Vegeta principalmente no litoral, adentrando pelo interior até determinadas altitudes onde o frio impede seu avanço. "Estranhamente, a costa paranaense não foi povoada por esta espécie, o que constitui uma intrigante curiosidade", comentam Pedro e Lígia Holderbaum, proprietários da Flora Holderbaum, de Joinville, SC.
Carlos Gomes, proprietário do Orquidário Carlos Gomes, de Florianópolis, SC, afirma que no estado gaúcho sua ocorrência chega até as proximidades da fronteira com o Uruguai. "Nessa área, encontrou um habitat perfeito no Banhado do Taim, de onde saíram as melhores plantas e muitas variedades."
O porte da Cattleya intermedia sofre pequenas alterações conforme o habitat. Gomes explica que no litoral, junto à vegetação rasteira das praias, onde há umidade constante e muito calor, atinge quase 50 cm de altura, apresenta folhas duplas ou triplas de até 20 cm de comprimento e abre de nove a dez flores por haste. Já no interior ou em locais com menos umidade, chega a 30 cm de altura e possui de três a cinco flores por haste.
"Embora seja epífita, também pode crescer em pedras nos costões à beira-mar ou mesmo no interior. No Banhado do Taim forma verdadeiros jardins suspensos nas árvores, conhecidas como corticeiras, com dezenas de exemplares floridos", adiciona ele.
Esta espécie faz parte das Cattleya bifoliadas e conta com pseudobulbos roliços, robustos e de crescimento rápido. As plantas comercializadas em orquidários emitem em média de uma a sete flores por haste, podendo ou não ser perfumadas.
Maior atrativo
Seu florescimento acontece do final do Inverno ao início da Primavera, com auge em setembro. Nesse período são realizadas diversas exposições em sua homenagem, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os proprietários da Flora Holderbaum ressaltam que as flores da Cattleya intermedia possuem excelente textura, o que lhes confere boa durabilidade, permanecendo abertas por cerca de um mês. "Esta planta tem grandes predicados para hibridação, apresentando nas variedades flamea e aquinii um atrativo muito especial, que é o fato das pétalas possuírem em suas extremidades um intenso colorido, também passado aos seus descendentes. Esse atributo forma elementos multicoloridos que resultam em flores magníficas", dizem.
Eles justificam que, com o melhoramento genético sofrido pela espécie, os exemplares estão atingindo praticamente a perfeição, pois, ao longo de milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura, mais redondas e de cores bem vibrantes.
Atualmente, são admitidas cerca de 30 variedades, sendo que as mais comuns são tipo, orlata, marginata, alba, coerulea, flamea, suave, aquinii e concolor. "A orlata e a marginata parecem atrair mais a atenção devido à beleza do labelo. A flamea desperta interesse por ser grande e colorida", salienta Gomes.
Ele acrescenta que uma particularidade é ser a única que possui um amplo número de exemplares com flores pelóricas, ou seja, com três sépalas e três labelos ou pelo menos duas pétalas imitando o labelo. "É uma mutação rara em outras orquídeas, mas acontece em Cattleya intermedia oriundas de cruzamentos encontrados na natureza."
Dentre suas virtudes, também ganha destaque a precocidade, já que alguns seedlings emitem flores em três a quatro anos, enquanto nas demais orquidáceas, como a Laelia purpurata, pode demorar de seis a sete anos. Isso, aliado ao fácil cultivo, faz com que tenha grande aceitação em diferentes países, em especial no Japão, para onde é muito exportada.
Mantendo a beleza
Assim como todas as Cattleya bifoliadas, a Cattleya intermedia aprecia raízes bem arejadas, substrato poroso e boa adubação.
O profissional de Florianópolis afirma que ela não suporta substrato velho, principalmente xaxim (hoje com comercialização e extração proibidas), sendo este o responsável pelo insucesso do cultivo no passado. Ele recomenda produtos para epífitas, desde que sejam porosos e trocados a cada dois anos se forem orgânicos. Caso sejam inorgânicos, a substituição pode ser feita somente quando a planta estiver saindo do vaso. "Particularmente, utilizo apenas pedra britada."
O casal Holderbaum conta que depois de realizar diversas experiências, a que apresentou mais eficiência nas condições ambientais de Joinville foi a mistura de casca de pinus tratada, carvão e brita. "Uma dica importante para quem cultiva orquídea é desenvolver a observação, pois cada caso é diferente, não existindo uma receita exata para o sucesso". Como a cidade está localizada ao nível do mar e possui boa umidade do ar, esta espécie se adapta muito bem. "Cultivamos nossos exemplares sob ripados ou sombrite de 50% e em local ventilado", completam.
Quando bem adubada, a Cattleya intermedia emite de dois a três pseudobulbos por ano, formando touceiras. Os profissionais orientam aplicar semanalmente ou a cada 15 dias adubo químico de formulação balanceada ou orgânico, como bokashi, a cada três meses. Porém, o procedimento deve ser interrompido durante a floração.
Para garantir seu pleno desenvolvimento, é preciso dar atenção à rega, fornecendo água sempre que o substrato secar, e à luminosidade, mantendo sombreamento máximo de 70%. Também é necessário assegurar umidade ambiente acima de 60%.
Os proprietários da Flora Holderbaum explicam que essa planta aceita bem divisões e replantes. "O momento mais propício é a partir de um mês após o término da florada, quando surgem novos brotos e novas raízes. O vaso deve ter uma abertura de 4 a 5 cm maior do que a muda plantada, que precisa ficar bem fixada, nunca solta ou balançando."
Para minimizar o ataque de fungos, é essencial fornecer ventilação e luminosidade adequadas."Se houver necessidade, basta aplicar fungicida, tanto de contato quanto sistêmico, mas sempre com orientação técnica, porque de nada adianta usá-lo sem saber qual é o fungo", orienta Gomes.
Como toda aglomeração de plantas favorece o aparecimento de pragas, os especialistas de Joinville aconselham um acompanhamento visual quando a coleção não é numerosa, retirando para tratamento o exemplar que apresentar infestação. "Cultivar Cattleya intermedia propicia um grande prazer, porque a cada abertura da primeira flor de um seedling novas surpresas poderão surgir", concluem.
matéria capturada no site:
http://portal.casadois.com.br/materias.php?id_materia=1323957156
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