quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pragas e Doenças - Controle/prevenção/cuidados



Floração em fevereiro de 2011

Muito linda, mais não resistiu ao ataque de fungo, por isso não custa nada reeditar a matéria.

 

Controle de pragas e doenças em orquídeas

"Ao cultivarmos orquídeas, normalmente reunimos plantas de variados locais de origem, tanto na distribuição geográfica quanto no clima (altitude, sombreamento, umidade, etc) e as “confinamos “ num determinado local (nosso orquidário), e as tratamos, sempre que possível, da melhor maneira, com adubação, regas, e aplicação de defensivos, e por muitas vezes nos questionamos o porque que ocorrem pragas e doenças, inclusive com diferença de severidade entre plantas. Isso tudo ocorre principalmente por causa do ambiente (dificilmente conseguimos “imitar” o ambiente original, e aí tornamos as plantas menos resistentes), e da completa falta de inimigos naturais das pragas que atacam nossas plantas.
Nesta situação, temos duas opções: a primeira que poderíamos chamar de método cultural de controle, seria basicamente evitar o excesso de umidade principalmente no substrato (regando principalmente pela manhã) e manter uma ventilação adequada. Ventilação adequada é difícil de se obter, principalmente nos orquidários em quintais, cercados por muros. A segunda opção, que poderíamos chamar de controle químico, consiste na aplicação de defensivos para o combate de pragas e doenças, porém, estes sempre controlam o efeito e não a causa do problema, e além disso, o termo é controle, e não erradicação, portanto temos que aprender que controlamos as pragas e doenças para níveis mínimos de dano, mas dificilmente conseguimos uma erradicação. Por isso é importante uma vistoria semanal no orquidário buscando pragas e doenças, pois se identificadas no início o controle é muito mais fácil e os danos mínimos.

Controle de pragas
As principais pragas que atacam as orquídeas seriam: cochonilhas, pulgões, tentecoris, lesmas e caramujos, tripes e ácaros. Outras pragas que ocorrem com menor freqüência não serão abordadas.

Controle de lesmas e caramujos
Na minha opinião são as pragas de mais difícil controle, pois os produtos existentes no mercado propiciam um controle pouco satisfatório. Os caramujos alimentam-se principalmente de raízes e brotos novos, e as lesmas principalmente de flores. O controle se faz com a aplicação de iscas a base de metaldeído (mesurol e lesmicida pica pau). Um controle alternativo para poucos vasos é a imersão do vaso em água por alguns segundos, as lemas e caramujos virão à tona e então é só recolher, queimar ou colocá-los em salmoura. Sempre evite esmagar os caramujos, pois se estiver prestes a colocar os ovos, você pode estar disseminando os mesmos. Iscas de chuchu, melancia e pepino são interessantes para avaliar a população, e então partir ou não para o controle.

Controle de cochonilhas, pulgões e tentecoris
As cochonilhas (de escamas e de carapaça) e o tentecoris são as piores pragas das orquídeas, pois se não controlados a tempo podem matar a planta. Os danos dessas pragas se dão pela sucção continuada de seiva enfraquecendo a planta, e pela injeção de toxinas trazendo problemas metabólicos para as plantas. Além disso, esses insetos podem ser vetores de vírus. Existem controles alternativos, como calda de fumo, calda de sabão, óleo de neem, chá de folhas de Santa Bárbara e outros benzimentos, porém a eficiência desses tratamentos é baixa, e a aplicação deles é exclusivamente preventiva e continuada. Poderíamos dividir os controle dos sugadores em duas modalidades: preventivo/infestação inicial, e infestação severa. Aqui gostaria de fazer um parêntese para uma rápida explicação sobre inseticidas. Existem no mercado produtos considerados sistêmicos e de contato. Basicamente o inseticida sistêmico funciona circulando pela seiva da planta e possui um residual de controle muito bom, porém sua ação de “choque” é baixa. Já os inseticidas de contato possuem uma ação de choque muito boa, porém com um residual nulo ou muito baixo. Vale ressaltar que a sistematicidade do produto ocorre sempre do ponto em que foi aplicado na planta para cima (via apoplasto) e nunca para baixo, em direção às raízes, portanto a aplicação deve sempre atingir toda a planta, para que o produto se distribua por todos os tecidos.
Voltando no controle preventivo/infestação inicial, o ideal nessa modalidade seria trabalharmos com um inseticida sistêmico, pois o mesmo propicia um bom controle no início da infestação e seu residual permite que se faça poucas aplicações por ano. Além disso, os inseticidas sistêmicos normalmente são menos tóxicos que os de contato. Podemos considerar uma infestação inicial como sendo poucas plantas atacadas e com baixa incidência de pragas.
Já a infestação severa é aquela em temos muitas plantas atacadas com alta incidência de pragas. Nessa modalidade o ideal é trabalharmos com a mistura de um inseticida de choque misturado com um sistêmico, porque? A aplicação do inseticida de choque controla 90% dos insetos jovens e adultos, mas não controla os ovos, portanto a adição do inseticida sistêmico é importante para se tentar controlar o remanescente de adultos, e os jovens que irão atacar as plantas após saírem dos ovos. A eficiência do controle se dá principalmente pela escolha correta dos produtos e da qualidade da aplicação. É sempre interessante adicionar um espalhante adesivo na calda de pulverização afim de que a calda atinja todas as partes da planta e ainda, a pulverização tem que atingir ambas as partes da folha (em cima e em baixo). Uma dica, na vistoria de suas plantas, observe a presença de formigas circulando pela planta, pode ser um sinal de presença de pulgões e/ou cochonilhas.

Controle de tripes
Tripes são insetos raspadores, que em alta população danificam as flores. São problemáticos principalmente em grandes orquidários aonde sempre existe a presença de várias plantas floridas. Uma prática interessante é recolher todas as flores “passadas” e murchas do orquidário, pois elas são um bom abrigo para os tripes. Por serem insetos pequenos e ágeis, o controle fica complicado, mas o interessante é realizar aplicações nos botões (de preferência com produtos sólidos, pois os líquidos contém solventes que podem manchar as flores) um ou dois dias antes da flor abrir, quando as pétalas e sépalas ainda estão soldadas. Em orquidários infestados, o ideal é fazer uma aplicação geral com polytrin, pirate, ou tracer.

Controle de ácaros
Ácaros são problemáticos principalmente em catasetíneas (Catasetum, Mormodes, Cycnoches, etc). São artrópodes minúsculos, visíveis somente com auxílio de uma lupa. Apesar do tamanho, os danos são grandes, pois formam colônias que raspam as folhas e sugam a seiva, amarelando a folha no local da colônia. Em grandes coleções de catasetíneas, o ideal é fazer aplicação preventiva e periódica com vertimec (faixa azul), pois este acaricida controla todos os ácaros que atacam as orquídeas.
Observe abaixo uma relação com alguns produtos disponíveis no mercado:
Inseticidas de contato: decis (faixa azul), karate zeon (faixa azul), tamaron (faixa vermelha), malathion (faixa vermelha), supracid (faixa amarela), talstar (faixa azul), marshal (faixa amarela) pirate (faixa amarela), polytrin (faixa amarela) e tracer (faixa azul).
Inseticidas sistêmicos: actara (faixa azul), confidor (faixa verde), orthene (faixa verde), provado (faixa azul).
Inseticidas sistêmicos e de contato (mistura pronta): connect (faixa amarela) e engeo pleno (faixa amarela).

Controle de doenças

As principais doenças que atacam as orquídeas são: antracnose, canela seca, bacteriose, ferrugem e viroses.

► Controle de antracnose
A antracnose caracteriza-se por grandes manchas negras e deprimidas. Esta doença ocorre com mais incidência em locais muito sombreados e pouco arejados. O controle se dá com a aplicação de fungicidas sistêmicos.

► Controle de canela seca
A canela seca ou podridão negra é causada por vários gêneros de fungos (Fusarium, Pythium e Rhizoctonia). Estes fungos ocorrem no substrato, sendo que a infecção ocorre inicialmente nas raízes e vai evoluindo para o rizoma, pseudobulbos e folhas. A disseminação na planta é rápida e agressiva. O ideal é cortar a parte afetada, e colocar a planta numa calda com solução de derosal ou cercobin por 6 horas pelo menos. Se não for percebida a doença a tempo a planta acaba morrendo, principalmente nas épocas chuvosas, as vistorias tem que ser rigorosas.

Controle de bacteriose
A bacteriose, causada principalmente por Erwinia sp, e uma doença não muito freqüente e que se disseminam lentamente na planta. Diferente dos fungos, as bactérias necessitam de uma porta de entrada para a planta, como cortes por exemplo. Uma boa maneira para se prevenir essa doença é justamente evitar cortes nas plantas ou danos mecânicos, e se por acaso ocorrer, polvilhar pó de canela no local para ajudar na cicatrização. O controle químico pode ser feito com Kasumin (faixa azul), porém o ideal é cortar a parte afetada, pois a evolução da doença é lenta.

Controle da ferrugem
Esta doença ocorre basicamente em orquídeas de folhas finas (Oncidium, Miltônia, etc). Os sintomas são pústulas amarelas que se formam sobre as folhas, que evoluem com o tempo. Tirando o aspecto estético, esta doença não causa grandes prejuízos para as plantas, pois diferentemente das outras doenças, a ferrugem precisa manter a planta viva para ela sobreviver também. O controle químico pode ser feito com fungicidas de contato.

Vírus
Os vírus são seres microoscópicos que multiplicam-se pelas células das plantas. Apesar de não letais para as plantas, eles normalmente deformam as folhas e as flores. Infelizmente não existe controle, a única medida é isolar a planta no orquidário ou eliminar a planta doente. Existe uma paranóia muito grande no meio orquidófilo em que qualquer manchinha que aparece na folha já se diagnostica por “achismo” que é virose e a planta normalmente vira carvão. A única maneira segura para se diagnosticar viroses é através de exames laboratoriais, pois os sintomas nas plantas variam muito. As flores marmoratas, antes muito apreciadas, hoje se atribuem a viroses. Nem todas são. Se a flor marmorata tiver simetria nas manchas (isto é, o que estiver numa pétala tem na outra, como flores flâmeas, por exemplo), não é vírus que está causando o fenômeno, porém se for assimétrico (isto é, a mancha estiver somente numa pétala ou parte dela) aí pode se desconfiar e então enviar amostras para laboratório para exame e assim ter o correto diagnóstico.

Fungicidas

Como os inseticidas, os fungicidas podem ser divididos em dois grupos: os sistêmicos/curativos e os contato/preventivo. Os fungicidas são um pouco mais complexos que os inseticidas, pois o comportamento nas plantas pode variar, por exemplo, existem produtos sistêmicos com efeito preventivo também, assim como existem produtos de contato curativos. Todavia podemos adotar essa divisão para facilitar o controle das doenças. Abaixo farei uma relação de alguns produtos disponíveis no mercado:
Fungicidas de contato/preventivo: dithane/manzate (faixa azul), amistar (faixa azul), comet (faixa amarela) e bravonil (faixa vermelha).
Fungicidas sistêmicos/curativos: cercobin (faixa verde), derosal (faixa azul).
Fungicida sistêmico e de contato (mistura pronta): cerconil (faixa vermelha).

Defensivos agrícolas

Pode-se perceber que todo produto citado vem acompanhado da classe toxicológica. Essa classe toxicológica é determinada para informar a periculosidade do produto para a saúde humana. Esta classificação em cores é feita conforme a periculosidade, e estas são as cores: verde/azul/amarelo/vermelho, sendo o verde pouco tóxico e o vermelho extremamente tóxico. Lembre-se, sua saúde é seu bem mais precioso, portanto não abuse da sorte. Sempre que realizar uma aplicação de defensivo, utilize um EPI (equipamento de proteção individual), sendo que o equipamento ideal seria: luvas e botas de borracha, macacão impermeável, máscara contra vapores tóxicos, óculos de proteção e chapéu de abas largas. Importante: o EPI deve ser sempre lavado após cada aplicação. O maior risco de contaminação ocorre na manipulação do produto a ser aplicado, portanto nunca se esqueça de estar equipado com o EPI antes da manipulação do defensivo. Todas as informações contidas neste texto se baseiam na minha experiência pessoal, portanto fica a critério individual por conta e risco de colocar em prática as informações aqui relatadas. Consulte sempre um engenheiro agrônomo".

ps.: A maioria das publicações deste site foram encontradas na internet e estão sendo usadas com o sentido de melhor apresentar o assunto principal que é a ORQUÍDEA. No momento que alguém sinta que isto possa estar ferindo direitos, retirarei no mesmo instante.

O texto acima foi capturado na internet e por descuido não copiei o link, tão pouco a autoria.
Tão logo seja possível identificar a autoria a matéria será republicada com os devidos créditos.


3 comentários:

Unknown disse...

Por favor,qual ID dessa planta q aparece ni início da matéria?

MGloriaM disse...

Boa tarde, Potinara Little Toshie 'H&R' AM AOS

MGloriaM disse...

Potinara Little Toshie 'H&R' AM AOS