sábado, 15 de março de 2014

Cattleya sem identificação - Cattleya "guigui"







floração fevereiro 2014.

Um híbrido muito perfumado e com flores grandes que na mudança perdeu a identificação, o que não compromete sua beleza.

Nunca é demais relembrar o assunto que tanto perturba o pequeno e grande orquid[ofilo: Pragas e doenças em orquídeas por isso posto abaixo uma matéria a respeito:

DIAGNÓSTICO E CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS EM ORQUÍDEAS
João Sebastião de Paula Araújo - Agrônomo UFRRJ

As orquídeas podem ser frequentemente acometidas por doenças causadas por bactérias, fungos ou vírus ou atacadas por pragas desde a fase de plântulas até a fase adulta. A vulnerabilidade da plantas às doenças e ataques de insetos está associada a fatores abióticos como temperatura, umidade excessiva aliada à uma drenagem deficiente, nutrição inadequada como, por exemplo, a adubação excessiva com nitrogênio, fitotoxicidade, captação de substrato ou salinidade alterada.
As doenças e pragas ocorrem de forma cíclica e se entendermos isso fica mais fácil de controlar. Os insetos vão e vem com periodicidade mais ou menos constante.
O sistema radicular da orquídea está sujeito à colonização por fungos de diferentes espécies e a partir daí vão se originar a maioria das doenças fúngicas. Já a infecção nos bulbos vai ocorrer mais frequentemente através de tesouras infectadas ou outros objetos cortantes infectados.Infestação por nematóides são raras de acontecer no Brasil e, portanto não há necessidade de preocupação.
Lesão por tentecoris tem um desenvolvimento característico. O inseto começa a atacar a folha a partir da base e vai até a ponta sempre pela parte inferior da mesma, pois não toleram luminosidade.  Os Ácaros, pulgões, trips e tentecoris atacam geralmente em época de seca, pois são muito leves e são eliminados muito facilmente por jatos de água ou pingo de chuva. Os pulgões na fase áptera (sem asas) são facilmente controláveis, quando adquirem asas imediatamente se afastam da planta original. O problema é que vão atacar outras plantas. Esses insetos são pouco tolerantes a luminosidade, pela presença de raios actínicos que são repelentes para o inseto que ficam com o vôo desorientado.
As orquídeas que cultivamos ficam em sistema de confinamento (vaso) e este fato repercute seriamente na predisposição das plantas ao ataque de pragas.
Frequentemente eu recebo um e-mail com uma foto e a pergunta “o que aconteceu com a minha planta?” Muito frequentemente as orquídeas são atacados por fungos aquáticos por via radicular. Estes ataques são causados por excesso de regas.
Um substrato muito problemático é a fibra de coco que é um substrato composto por fibras finas que inicialmente se apresentam muito secas. À medida que vai se degradando ele é quebrado em pequenos pedaços que são depositados no fundo do vaso formando uma camada impermeabilizante que dificulta a drenagem da água provocando o encharcamento das raízes e consequentemente facilitando o aparecimento de doenças.

O diagnóstico é feito através dos sintomas. Para identificar corretamente o agente causal é necessário que seja feita a coleta do material doente.
Este material deve ser enviado ao meu laboratório na UFFRJ onde será observado ao microscópio e será cultivado.
PRINCIPAIS DOENÇAS FÚNGICAS
Antracnose - Ocorre o colapso do ápice da folha em decorrência de queimaduras de sol na folha molhada. Em seguida começam a aparecer manchas formadas por círculos concêntricos. No centro desta lesão há produção intensa de esporos que vão disseminar a doença. Deve-se remover a planta da coleção, pois esses esporos se disseminam facilmente através da regar. Remover as folhas afetadas e enterrar. Fungos que atacam a parte aérea das plantas não sobrevivem quando estão nos solo devido à concorrência de outros fungos que produzem antibióticos. Quando a doença ocorre em bulbos ou raízes estes devem ser queimados.
Mancha do fusarium - O bulbo começa a ficar retorcido, pois o fungo coloniza o xilema obstruindo o fluxo de seiva da planta e diminuindo a exsudação. São transmitidos de vaso a vaso pela bancada contaminada. A planta vai morrer. Algumas vezes isto leva alguns anos. Muitas pessoas têm a tendência de colocar essas plantas na árvore criando então um foco de disseminação da doença. Devem ser queimadas e o vaso desinfetado por imersão em hipoclorito a 10%.
Podridão de risoctonia - Controle da rega
Podridão negra - É causada por Phytophtora cactorum e Pythidium ultimum às vezes separados ou em infecção mista. São introduzidos por vasos, substrato ou água contaminada ou por drenagem deficiente. Caracteriza-se pelo aparecimento de cor negra nos bulbos e por odor desagradável. O tratamento é feito pela aplicação do fungicida Previcur.
Ferrugem - Ocorre mais frequentemente em Oncidium. Sempre na face inferior da folha com grande produção de esporos. Colocar a planta em quarentena. Remover a folha afetada e queimar. Aplicar fungicida de contato à base de cobre ou clorotalonil.
Mofo cinzento - È causada pelo fungo Botrites cineria e acomete folhas senescentes e em flores em ambientes de alta umidade. O combate é feito com Cercobim pulverizado com o botão ainda fechado para não mancha-lo.
Manchas foliares - São causadas por diversos tipos de fungos causando vários tipos de manchas. São facilmente controláveis, mas podem ser fatais para seedlins ao atingir a idade adulta a planta adquire resistência.
PRICIPAIS DOENÇAS BACTERIANAS
Podridão mole - È causada pela Erwinia carotovora ou chrysantemi e acometem principalmente phalaenopsis. A bactéria degrada cristais de pectatos de cálcio presentes nas folhas levando ao amolecimento das mesmas. A folha apresenta manchas com o aspecto de encharcada e apodrece e exalando um odor pútrido muito forte, podendo matar a planta em dois dias. Como prevenção deve-se fazer um maior espaçamento entre os vasos, fazer adubação equilibrada e rica em cálcio. Deve-se remover a folha afetada e pulverizar com sulfato de cobre ou tetraciclina que são terapias superficiais que protegerão as folhas que ainda não foram infectadas. Esta pulverização deve ser feita nas horas mais frescas do dia de preferência antes do anoitecer, pois a maior demora da evaporação da água vai permitir que  o produto fique mais tempo em contato com o patógeno e evita-se a queima pelos raios solares.
PRINCIPAIS DOENÇAS VIRÓTICAS 
Existem três doenças viróticas que acometem as orquídeas com mais freqüência.
 Vírus do Mosaico do Cymbidium (CyMV) -  Os sintomas são variáveis. A planta apresenta um padrão de mosaico em verde claro e verde escuro com riscos na ponta externa da folha e coloração escura no verso.
Vírus da mancha anelar do Odontoglossum - Manchas anelares que são muito freqüentes em Oncidium. O vírus pode ficar na semente junto ao embrião dando origem a novas plantas infectadas.
Atualmente foi produzido um kit diagnóstico capaz de identificar a infecção por essses 3 vírus. O Nome é ELISA fast & easy orchid vírus test e custa em torno de R$70,00 o teste. São tiras semelhantes a tiras de teste pH (immunostrip) que identifica os três tipos de vírus. É vendida em potes contendo 25, 50 ou 1000 tiras. Apresenta-se em um saquinho onde você coloca a folha suspeita que ficará em contato com a tira. A folha é então macerada e após alguns minutos aparecerá na tira linha(s) de precipitação correspondente ao(s) vírus responsável pela infecção.
 Vírus da Mancha da Orquídea -  Orchid fleck vírus. Muito comum em Oncidium na natureza.
A inoculação do vírus é feita de forma mecânica por objetos cortantes ou picadas de insetos. O controle é preventivo feito pela desinfecção dos instrumentos de trabalho. Pela eliminação dos insetos picadores e pela destruição da planta infectada.

INSETOS E PRAGAS MAIS FREQUENTES
Percevejos - (Miridae) Tenthecoris orchidianum é um inseto de coloração amarela e negra e causa a estigmose que é o esbranquecimento da parte da folha afetada. Esta lesão se dá pela hidrólise da celulose provocada por enzimas presentes na saliva do inseto. Prevenção é feita por vedação das laterais do orquidário com sombrite. Evitar a presença de hibisco nas imediações do orquidário.
Aplicar biofertilizantes que são produtos da fermentação anaeróbica do esterco de boi. Este biofertilizante é rico em nitrogênio e em hormônios vegetais (auxinas) que são produzidos por lactobacilos e por Bacilo subtile. Utilizar na concentração de 20%. É produzido pela PESAGO em Seropédica - RJ e também é vendido no Horto em Niteroi.
E produzido pela fermentação de esterco de boi colocado na proporção de 1/3 do volume do container, 1/3 de água e 1/3 livre. O container é fechado com uma tampa perfurada onde é introduzido um tubo fino cuja extremidade é colocada dentro de água para evitar a entrada de ar no container e permitir a saída dos gases produzidos pela fermentação. Existe o risco de explosão.
Pulgões (Aphidae) Pulgão amarelo que ataca os brotos e botões. São facilmente controlados com a aplicação de óleo mineral, pois estes insetos usam a carapaça para realizar trocas gasosas que ficarão impermeáveis com a aplicação do óleo.
Trips - Limita o trânsito internacional de plantas -  Estão associados a tecidos jovens ou a partes da planta ainda enroladas, pois não toleram luminosidade. Também provocam o esbranquecimento da folha.
 Vespas - Eurytomidae - coloniza os bulbos que intumescem.  Atacou as purpuratas da Aranda. Queimar os bulbos afetados e aplicar inseticida sistêmico nas plantas não afetadas como prevenção.
Lesmas e caracóis - Combates com iscas lesmicidas ou catação manual à noite.

Consultas através do site abaixo e preenchendo o formulário de consulta.
http://www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/herbariovirtual/consulta.php 

fonte: http://www.orquidario.org/palestras/palestra014.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

OLÁ, ESTOU COMEÇANDO CULTIVAR ORQUIDEAS EM MEU APARTAMENTO E VI SUAS PLANTAS E FIQUEI MAIS ENCANTADADO AINDA, ESTÃO TODAS LINDAS. PARABENS
ROBERTO - CATAGUASES