Floração Janeiro de 2015
Das aproximadamente 200 espécies conhecidas desse gênero, a orquídea-cometa é a mais estudada pelos botânicos que pesquisam a estreita relação entre uma planta e seu agente polinizador. É que essa planta carnuda e perfumada, típica de Madagascar, faz algo incomum para as orquídeas: produz néctar.
Para atrair o inseto certo que irá carregar seus preciosos grãos de pólen até outra flor, a orquídea-cometa coloca o líquido açucarado no fundo de um tubinho fino e comprido. Só uma mariposa que tenha uma língua longa o bastante, quase 20 cm, será capaz de alcançar o néctar e, consequentemente, polinizar a flor. Não à toa seu sobrenome científico, sesquipedale significa, em latim, "de um pé e meio", em referência ao tamanho do seu nectário.
É também para atrair esse inseto de hábitos noturnos que a orquídea-cometa só exala seu perfume à noite (o cheiro lembra o da gardênia e da dama-da-noite). E como as mariposas não costumam enxergar as cores direito, essa planta inteligente produz flores bem grandes, brancas ou creme, para ficar bem visível a seu polinizador. É por essas e outras maravilhosas adaptações coevolutivas que a orquídea-cometa foi longamente estudada pelo naturalista Charles Darwin e ganhou destaque nos anais da biologia.
Essa espécie aprecia clima quente, úmido e bem ventilado na primavera e verão e um descanso mais seco e fresco no inverno. Mantenha seu vaso em local de muita luminosidade, mas sem sol direto, que causa queimaduras nas folhas. O melhor tipo de substrato é uma mistura de carvão e casca de pínus, mas experimente também variações regionais que não retenham muita água, como semente de açaí ou babaçu.
Por ser uma orquídea de crescimento muito lento, evite transplantá-la - e, ao fazê-lo, dê atenção especial às raízes para não parti-las, já que a orquídea-cometa demora meses para se recuperar de machucados e ressente muito as mudanças bruscas de ambiente.
Para atrair o inseto certo que irá carregar seus preciosos grãos de pólen até outra flor, a orquídea-cometa coloca o líquido açucarado no fundo de um tubinho fino e comprido. Só uma mariposa que tenha uma língua longa o bastante, quase 20 cm, será capaz de alcançar o néctar e, consequentemente, polinizar a flor. Não à toa seu sobrenome científico, sesquipedale significa, em latim, "de um pé e meio", em referência ao tamanho do seu nectário.
É também para atrair esse inseto de hábitos noturnos que a orquídea-cometa só exala seu perfume à noite (o cheiro lembra o da gardênia e da dama-da-noite). E como as mariposas não costumam enxergar as cores direito, essa planta inteligente produz flores bem grandes, brancas ou creme, para ficar bem visível a seu polinizador. É por essas e outras maravilhosas adaptações coevolutivas que a orquídea-cometa foi longamente estudada pelo naturalista Charles Darwin e ganhou destaque nos anais da biologia.
Essa espécie aprecia clima quente, úmido e bem ventilado na primavera e verão e um descanso mais seco e fresco no inverno. Mantenha seu vaso em local de muita luminosidade, mas sem sol direto, que causa queimaduras nas folhas. O melhor tipo de substrato é uma mistura de carvão e casca de pínus, mas experimente também variações regionais que não retenham muita água, como semente de açaí ou babaçu.
Por ser uma orquídea de crescimento muito lento, evite transplantá-la - e, ao fazê-lo, dê atenção especial às raízes para não parti-las, já que a orquídea-cometa demora meses para se recuperar de machucados e ressente muito as mudanças bruscas de ambiente.
A Orquídea de Darwin e a Mariposa
Charles Darwin (1809-1882), naturalista britânico, geólogo, cientista e autor do livro Origem das Espécies e vários outros trabalhos científicos sobre a evolução a partir da seleção natural e sexual, era apaixonado por orquídeas.
A maioria das pessoas fica fascinada pela exuberante beleza das orquídeas, mas Darwin foi mais longe. Ao observá-las ao redor de sua casa de campo ou estudando espécies exóticas na sua estufa, verificou que suas formas não são desse jeito só por estética e sim engenhos extremamente elaborados para atrair insetos que as polinizem e perpetuem sua espécie.
Certa vez, ele recebeu de um amigo e colaborador, uma orquídea que atraiu exclusivamente sua atenção; a Angraecum sesquipedale, de Madagascar. Uma das pétalas dessa pálida flor branca formava um receptáculo para néctar que media 28 centímetros. Ele previu que, em algum ponto de Madagascar, ilha que nunca visitou, deveria haver uma mariposa com uma probóscide de 28 centímetros, adequada para extrair o néctar da orquídea. Na época foi ridicularizado por vários pesquisadores.
Muito tempo depois da morte de Charles Darwin, dois entomólogos filmaram a mariposa-esfinge Xanthopan morgani praedicta. A mariposa esvoaçava acima da flor, desenrolando sua língua de 28 centímetros e introduzia no canal de néctar da Angraecum sesquipedale. Enquanto bebia o néctar, a mariposa enterrava sua face na flor, e, ao fazê-lo, sua testa roçava os grãos de pólen. Quando terminava, a mariposa enrolava novamente sua língua e voava com a testa carregada de pólen para outra orquídea atrás de outra dose de néctar e assim, fertilizando outra flor.
Parceiras como esta orquídea e a mariposa evoluíram gradualmente para uma intimidade cada vez maior e continuam a evoluir ainda hoje. Os pesquisadores atualmente chamam coevolução este modo de evolução em que uma espécie impulsiona o desenvolvimento de outra espécie. A coevolução é responsável por grande parte da diversidade da vida abrangendo milhões de novas espécies.
A natureza está repleta de parcerias íntimas e benéficas entre flores e polinizadores. A vida consiste, grande parte, numa maravilhosa teia de espécies interativas, e interdependentes adaptadas umas as outras na qual, não podemos nos esquecer, também fazemos parte.
A maioria das pessoas fica fascinada pela exuberante beleza das orquídeas, mas Darwin foi mais longe. Ao observá-las ao redor de sua casa de campo ou estudando espécies exóticas na sua estufa, verificou que suas formas não são desse jeito só por estética e sim engenhos extremamente elaborados para atrair insetos que as polinizem e perpetuem sua espécie.
Certa vez, ele recebeu de um amigo e colaborador, uma orquídea que atraiu exclusivamente sua atenção; a Angraecum sesquipedale, de Madagascar. Uma das pétalas dessa pálida flor branca formava um receptáculo para néctar que media 28 centímetros. Ele previu que, em algum ponto de Madagascar, ilha que nunca visitou, deveria haver uma mariposa com uma probóscide de 28 centímetros, adequada para extrair o néctar da orquídea. Na época foi ridicularizado por vários pesquisadores.
Muito tempo depois da morte de Charles Darwin, dois entomólogos filmaram a mariposa-esfinge Xanthopan morgani praedicta. A mariposa esvoaçava acima da flor, desenrolando sua língua de 28 centímetros e introduzia no canal de néctar da Angraecum sesquipedale. Enquanto bebia o néctar, a mariposa enterrava sua face na flor, e, ao fazê-lo, sua testa roçava os grãos de pólen. Quando terminava, a mariposa enrolava novamente sua língua e voava com a testa carregada de pólen para outra orquídea atrás de outra dose de néctar e assim, fertilizando outra flor.
Parceiras como esta orquídea e a mariposa evoluíram gradualmente para uma intimidade cada vez maior e continuam a evoluir ainda hoje. Os pesquisadores atualmente chamam coevolução este modo de evolução em que uma espécie impulsiona o desenvolvimento de outra espécie. A coevolução é responsável por grande parte da diversidade da vida abrangendo milhões de novas espécies.
A natureza está repleta de parcerias íntimas e benéficas entre flores e polinizadores. A vida consiste, grande parte, numa maravilhosa teia de espécies interativas, e interdependentes adaptadas umas as outras na qual, não podemos nos esquecer, também fazemos parte.
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