Foto e cultivo de propriedade de MGloriaM
floração setembro 2014
Habitat: O gênero Cattleya agrupa acima de 60 espécies entre unifoliadas e bifoliadas, inúmeras variedades e formas e muitos milhares de híbridos naturais e artificialmente produzidos, constituindo-se na presença dominante nos cultivos contemporâneos, seja nos de colecionadores amadores ou de produtores comerciais em qualquer parte do mundo.
As espécies de Cattleya habitam o continente americano com dois centros de disseminação: a América Equatorial na região andina no norte e oeste da América do Sul e outra mais extensa, na região costeira do Brasil. Populações mais reduzidas do gênero ocorrem no México, América Central, Panamá e Trinidad. O habitat da Cattleya intermedia, foco central deste trabalho, à época as primeiras expedições científicas integradas por naturalistas e ilustradores das mais diversas nacionalidades, ao final do século 19 e início do século 20, era constituído por uma estreita faixa do litoral brasileiro, abrangendo, no extremo sul, uma vasta área na sua maior parte alagadiça conhecida como Baixada Sul-Riograndense, margeando, em ambos os lados, os grandes lagos que formam o denominado Mar de Dentro, integrado pelas lagoas Mirim, Hermenegildo, Mangueira, dos Patos, Guaíba, do Casamento, Palmares, Quadros, Pinguela, Malva, Barros, Itapeva além de outras de menor porte. A partir do município de Osório, no Rio Grande do Sul, as vertentes da Serra do Mar se aproximam da orla atlântica ocasionando um estreitamento do habitat que se estende, com essa forma, até o limite norte de sua área de ocupação, há quase 2.000 km. do limite sul, conhecida como a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, incluindo, no seu curso, os litorais catarinense e paulista. Estranhamente o litoral paranaense não foi povoado pela espécie, fato também constatado com a Laelia purpurata Lindley que não foi encontrada no trecho litorâneo que vai de Piçarras, no litoral catarinense até Iguapé, no sul paulista, o que se constitui, no mínimo, numa intrigante curiosidade.
Embora a largura da faixa litorânea a que nos referimos, a partir do município de Osório, onde os contrafortes da Serra do Mar se aproximam da orla atlântica, raramente ultrapasse os 25 km. também nesse aspecto houve algumas exceções: no Rio Grande do Sul, bem longe do litoral ocorreram núcleos isolados comumente ao longo dos cursos d'água, como nos estuários dos rios que formam o Lago do Guaíba, alguns dos quais tem suas nascentes próximas ou dentro do habita No Guaíba, frente à Capital do Estado, as ilhas eram literalmente cobertas de grandes figueiras bravas, corticeiras, branquilhos, maricás e outras árvores que lhe servem de hospedeiras, as quais eram densamente povoadas de C.intermedia e C. Leopoldii, originando-se daí o nome de uma de suas mais belas ilhas: a das Flores.
As espécies de Cattleya habitam o continente americano com dois centros de disseminação: a América Equatorial na região andina no norte e oeste da América do Sul e outra mais extensa, na região costeira do Brasil. Populações mais reduzidas do gênero ocorrem no México, América Central, Panamá e Trinidad. O habitat da Cattleya intermedia, foco central deste trabalho, à época as primeiras expedições científicas integradas por naturalistas e ilustradores das mais diversas nacionalidades, ao final do século 19 e início do século 20, era constituído por uma estreita faixa do litoral brasileiro, abrangendo, no extremo sul, uma vasta área na sua maior parte alagadiça conhecida como Baixada Sul-Riograndense, margeando, em ambos os lados, os grandes lagos que formam o denominado Mar de Dentro, integrado pelas lagoas Mirim, Hermenegildo, Mangueira, dos Patos, Guaíba, do Casamento, Palmares, Quadros, Pinguela, Malva, Barros, Itapeva além de outras de menor porte. A partir do município de Osório, no Rio Grande do Sul, as vertentes da Serra do Mar se aproximam da orla atlântica ocasionando um estreitamento do habitat que se estende, com essa forma, até o limite norte de sua área de ocupação, há quase 2.000 km. do limite sul, conhecida como a Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, incluindo, no seu curso, os litorais catarinense e paulista. Estranhamente o litoral paranaense não foi povoado pela espécie, fato também constatado com a Laelia purpurata Lindley que não foi encontrada no trecho litorâneo que vai de Piçarras, no litoral catarinense até Iguapé, no sul paulista, o que se constitui, no mínimo, numa intrigante curiosidade.
Embora a largura da faixa litorânea a que nos referimos, a partir do município de Osório, onde os contrafortes da Serra do Mar se aproximam da orla atlântica, raramente ultrapasse os 25 km. também nesse aspecto houve algumas exceções: no Rio Grande do Sul, bem longe do litoral ocorreram núcleos isolados comumente ao longo dos cursos d'água, como nos estuários dos rios que formam o Lago do Guaíba, alguns dos quais tem suas nascentes próximas ou dentro do habita No Guaíba, frente à Capital do Estado, as ilhas eram literalmente cobertas de grandes figueiras bravas, corticeiras, branquilhos, maricás e outras árvores que lhe servem de hospedeiras, as quais eram densamente povoadas de C.intermedia e C. Leopoldii, originando-se daí o nome de uma de suas mais belas ilhas: a das Flores.
Igualmente, ao longo das bacias dos afluentes do Guaíba, como o Gravataí, Sinos, Caí, Taquarí e Jacuí e dos tributários destes como o Rio Pardo e outros, que integram as mencionadas bacias, foram assinaladas populações por vezes expressivas da espécie, principalmente nos municípios de Santo Antônio da Patrulha, Gravataí, Taquara, Sapiranga, Montenegro, Caí, Taquari, Rio Pardo, Passo do Sobrado, Triunfo, General Câmara e muitos outros. A explicação mais plausível para desenvolvimento desses nichos é a de que, pela ação do ventos dominantes no litoral riograndense, que sopram dos quadrantes leste e nordeste, do oceano para o continente e das constantes migrações das aves aquáticas, tanto as sementes como os miscélios do Rhizoctonia (microorganismo endófito que, por meio de atividade simbiótica, provê a primeira fase da vida dos protocormos recém germinados), foram, através de séculos, conduzidos pelos vales formados pelos cursos d'água, até criarem mecanismos de adaptação às novas condições e formarem os núcleos isolados a que nos referimos. Diga-se de passagem que, tratando-se de adaptabilidade, estamos convictos de que a C. intermedia é uma campeã, senão vejamos:
compare-se as condições climáticas a que ela está submetida no extremo sul do seu habitat, abaixo do Paralelo 32, onde as temperaturas chegam próximas a zero graus centígrados e fica permanentemente exposta aos ventos gelados que sopram a partir da Patagônia associadas ao escasso nível de insolação durante quase todo o inverno, com as condições a que está submetida no extremo norte do habitat, com suas temperaturas próximas a 40 graus aliadas aos índices de luminosidade sempre elevados.
Há registros de sua presença, também, nos territórios uruguaio e paraguaio. No primeiro, nos Departamentos de Treinta y Três e Rochas, foram encontrados nichos bastante significativos na margem oriental da Lagoa Mirim, com densidade populacional similar aos constatados nos municípios de Arroio Grande e na área entre as Lagoas Mangueira e Mirim no território brasileiro. Já no Paraguai as áreas ocupadas e a densidade populacional era bem menor e limitava-se à região sudeste do País, ao longo da divisa com o Brasil, na região de Foz do Iguaçu.
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Matéria escrita por
Aldomar E. Sander captura no site da Associação Cattleya intermédia, vale a pena continuar a leitura:
http://www.intermedia.org.br/cattleya_intermedia.php
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