sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Laelia purpurata aço "gwyneth"







Floração 24/09/14
foto e cultivo MGloriaM
 

 

A Laelia purpurata Lindley & Paxton é uma espécie típica da Mata Atlântica, das regiões Sudeste e Sul do Brasil. Além disso, é a flor símbolo do Estado de Santa Catarina.
Sabe-se que nos idos de 1846, um francês François Devos, coletou alguns espécimes da Ilha de Santa Catarina (hoje Florianópolis). Daí, ela espalhou-se rapidamente pelas coleções na Europa.
Foi somente em 1938, com a criação das primeiras sociedades orquidófilas (AJAO – Joinville/SC) que nasceu de fato o interesse pelo cultivo das orquídeas, em especial a Laelia purpurata. Tanto que até os dias de hoje ela é a rainha e o motivo principal da mais tradicional exposição de orquídeas de Santa Catarina – a Festa das Flores de Joinville, realizada sempre no mês de novembro, quando inicia a floradas das purpuratas.
As purpuratas apreciam uma umidade relativa do ar elevada, sendo entre as Laelias, uma das mais exigentes neste quesito. Outro fator importante no cultivo diz respeito às estações. A inexistência de frio, como acontece nos estados do Norte e Nordeste, comprometem muito as floradas. As plantas podem até vegetar bem, mas as floradas, quando ocorrem, apresentam poucas flores e de tamanho reduzido.
Toleram grande variação de temperatura em seus habitats, mas o ideal é cultivá-las em locais onde a temperatura varia de 15 a 32 graus centígrados, com intensa luminosidade, sem sol direto, como no cultivo das Cattleyas em geral.
Em Santa Catarina, como no Rio Grande do Sul, as plantas vão bem em telados com sombreamento de 50% a 60%, em áreas bem ventiladas, recebendo a água da chuva. Nossa experiência de cultivo tem nos demonstrado que mesmo sob plástico, plantadas em vasos plásticos, com boa drenagem e irrigação farta as purpuratas crescem e florescem muito bem.
São plantas vigorosas, que praticamente nunca param de crescer, emitindo raízes novas mesmo nos meses de inverno.
O uso do Bokachi (adubo orgânico) mais adubo inorgânico de boa procedência com micro elementos devem ser utilizados, assim como a aplicação de Nitrocalcio a cada 2 ou 3 meses, dependendo do substrato utilizado, para corrigir aquelas folhas traseiras amareladas, muito comuns nestas orquídeas.
Novos substratos estão sendo testados Os gaúchos já usam há algum tempo a casca de pinus + carvão + saibro especial do Rio Grande, com sucesso.
As minhas purpuratas cultivo em caixetas com casca de pinus e brita ou vasos de barro com brita e pinus.
 
 
 
 
Leitura sugerida:Laelia purpurata e seu melhoramento - Carlo Gomes Orquidário Purpurata.

sábado, 18 de outubro de 2014

Potinara ching hua flamea red





Foto e Cultivo MGloriaM
Floração setembro de 2014

Potinara é um cruzamento de orquídeas entre espécies dos gêneros: Sophronitis X Brassavola X Laelia X Cattleya.
O híbrido da foto é o resultado do Cruzamento da Pot Rebecca Merkel x Slc Mae Hawkins.

Cultivar orquídeas é mais fácil do que se pensa
1. Na grande maioria, as orquídeas brasileiras são epífitas, isto é, crescem presas às árvores, sem, contudo, roubar delas quaisquer nutrientes. As raízes são usadas apenas para fixar a planta no caule das árvores.
2. Ao escolher o que vai cultivar, dê preferência a espécies adaptadas a sua região. Como as orquídeas florescem apenas uma ou duas vezes por ano, é interessante possuir várias espécies diferentes (cujo ciclo de floração costuma ser também diferente). Isso aumenta as chances de ter sempre alguma planta florida.
3. Não colete ou adquira plantas oriundas das matas, pois as orquídeas já foram bastante dilapidadas pelos mateiros e colecionadores gananciosos. Procure adquiri-las de empresas produtoras de mudas ou de orquidófilos que tenham plantas disponíveis.
4. Irrigação: Mantenha o vaso úmido, jamais encharcado. É mais fácil matar uma orquídea por excesso do que por falta d’água. Não colocar pratinho com água debaixo do vaso, pois as raízes poderão apodrecer. Molhe abundantemente duas ou três vezes por semana, deixando a água escorrer totalmente. Nos outros dias, basta vaporizar as folhas de manhã cedo ou no final da tarde, quando a planta não estiver sob o sol.
5. Luminosidade: Instale suas plantas em locais onde elas possam ser banhadas pelo sol no horário da manhã (até as 9 horas) ou no final da tarde (depois das 16 horas). Se a planta não tomar sol, ela não vai florescer. As orquídeas podem ser fixadas também no tronco de árvores, desde que estas não tenham uma sombra muito densa, como as mangueiras. O problema é que, quando florescerem, elas não poderão ser levadas para dentro de casa. Aliás, é recomendável manter os vasos, o máximo possível, na mesma posição e local.
6. Ventilação: As orquídeas necessitam de locais arejados. Evitar, porém, a ventilação muito forte.
7. Adubação: Utilize um desses adubos foliares (líquidos) que se encontram na seção de jardinagem de todos os supermercados. Adicionar algumas gotas à água com que será feita a vaporização, no caso de usar pequenos pulverizadores. Procure molhar sobretudo a parte inferior das folhas de sua orquídea, pois é aí que se encontram os estômatos, que absorvem água e nutrientes.
8. Pragas e doenças: Se as plantas forem cultivadas de uma forma adequada, elas estarão mais resistentes a pragas e doenças. Se não houver excesso de umidade, por exemplo, dificilmente os fungos irão atacar. De qualquer modo, previna-se. Um dos grandes inimigos de nossas orquídeas são as cochonilhas. Esses pequenos organismos sugam a seiva da planta e podem matá-la se não forem combatidos. Quem possui poucas plantas pode catá-los, um a um, antes que se propaguem. No caso de uma coleção maior, haverá necessidade de apelar para os defensivos. Dê preferência às fórmulas naturais, pois os produtos químicos industrializados costumam ser tão prejudiciais às plantas quanto a quem as cultiva. É recomendável consultar uma pessoa que tenha experiência com produtos naturais.
9. Anote o nome da espécie de sua orquídea numa plaqueta. Também é interessante atribuir-lhe um código (numérico ou alfanumérico, como queira), para facilitar a identificação no caso de uma coleção de médio ou grande porte. Um desafio que os orquidófilos enfrentam é memorizar o nome de suas plantas, quase todos em Latim ou latinizados – raramente as orquídeas têm nomes populares. Mas isto termina se tornando um excelente exercício de memória. Desenvolva igualmente o hábito de anotar a data da floração de cada planta. Se ela não voltar a florescer na mesma época, no ano seguinte, isto pode ser um sinal de alerta: talvez ela esteja com algum problema. Examine, então, as condições de irrigação, luminosidade, ventilação.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dendrobiun nobile raibow






FLORAÇÃO SETEMBRO 2914
 

A mais popular de todas as orquídeas é também a que apresenta maior rusticidade e facilidade de cultivo, não dispensando no entanto os cuidados básicos que toda orquídea necessita. As cores podem variar muito, pois sofreu intenso melhoramento e hibridização. A coloração mais comum é a branca com as extremidades rosadas e o labelo com o centro arroxeado bem escuro, transmitindo a sensação de ser um olho. Seus pseudobulbos apresentam coloração verde clara a amarelada. Algumas variedades apresentam porte menor e outras porte maior.
Todos os dendróbios são epífitos, isto é, desenvolvem-se sobre o tronco das árvores. Elas não são parasitas, como muitos poderiam pensar, apenas utilizam as árvores como suporte e proteção para o seu crescimento. Por este motivo elas podem ser cultivadas sobre as árvores, inicialmente amarradas com barbantes ou sisal. Seu efeito fica maravilhoso em palmeiras. Podem ser cultivadas em vasos também, preferencialmente de barro, madeira ou cerâmica, bem forrados com pedriscos para uma perfeita drenagem. O substrato pode ser composto de uma mistura de cascas de árvores, carvão vegetal, cascas e fibras de coco, entre outros materiais próprios para epífitas. Não enterre o rizoma (caule paralelo ao solo) ao plantar seu Dendróbio, ele deve ficar sobre o substrato.
Devem ser cultivados à meia-sombra ou pleno sol (apenas para locais frescos e ventilados), com regas frequentes no verão e reduzidas no inverno. A adubação deve ser suave e diluída, preferencialmente orgânica, como torta de mamona e farinha de ossos. Atualmente encontramos adubos próprios para orquídeas, de liberação lenta. Multiplica-se por divisão da planta, preservando pelo menos 3 pseudobulbos para cada muda, com rizoma e raízes. Evite subdividir demais as plantas, sob pena de elas enfraquecerem muito.

sábado, 11 de outubro de 2014

dendrobium nobile - touceiras
















 
Florada 2014.
 
 
  • Nome Científico: Dendrobium nobile
  • Nomes Populares: Olho-de-boneca, Dendróbio
  • Família:
  • Categoria:
  • Clima: , ,
  • Origem:
  • Altura: , ,
  • Luminosidade: ,
  • Ciclo de Vida:

  •  DENDROBIUM NOBILE

    Por: Eduardo Nogueira Graça
    Dendrobium nobile e espécies relacionadas são nativas de Burma, Índia, Tailândia e Indochina. Nestes lugares estas espécies crescem em árvores, desde as planícies até as frias montanhas do Himalaia a elevações de 1.400 metros. As espécies e seus híbridos são extremamente fortes, sobrevivendo a uma forte variação de temperaturas que vão desde condições de forte calor até condições de geada em alguns locais. Se estiverem secas, estas espécies e híbridos sobreviverão a temperaturas de inverno de 1 a 2°C e ainda florescerão em setembro.
     
    - Temperatura e Umidade

     Para a diferenciação do botões florais é importante expor a plantas a baixas temperaturas.
    Os pseudobulbos, os quais crescem na primavera e verão e amadurecem no outono, requerem aproximadamente um mês de baixas temperaturas noturnas. Por esta razão, no outono quando as noites tornam-se mais frias, não tenha pressa para levar as plantas para uma estufa, a menos que haja uma previsão de geada. Deixe-as do lado de fora, no frio, e elas florescerão melhor. Quando em plena florescência, as flores durarão mais se mantidas em um local frio, seco e fora da direta incidência da luz solar. A temperatura noturna de 5 a 10°C é ideal. Regue a planta, o suficiente para manter úmida a superfície do meio, a cada 5 ou 7 dias durante a
    parte mais quente do dia. O meio deverá estar completamente seco antes do anoitecer.
     
    - Luz

     Plantas pequenas não requerem sombra durante o inverno. No entanto, 30 a 40 porcento de msombra será necessário do final da primavera até o outono para se obter um saudável crescimento. Plantas de médio tamanho ou adultas não necessitarão de sombra ( a menos que as folhas comecem a mostrar sinais de queimaduras feitas pelo sol). Plantas cultivadas com uma luminosidade maior crescem mais vigorosas. Onde a brisa do verão é mínima providencie 30 a 40 porcento de sombra durante os meses
    mais quentes.
     
    - Água

    Quando a temperatura começar a se elevar na primavera, comece gradualmente a regar.
    No verão, quando a temperatura é alta e a luz solar é intensa, rege quase todo dia para que as plantas não se desidratem. No final de maio, quando a temperatura começa a cair, comece a reduzir gradualmente as regas. Quando a temperatura cair abaixo de 10°C, regue somente o suficiente para evitar que as canas fiquem enrugadas. Quando a temperatura cair abaixo de 5°C mantenha as plantas secas. É muito importante que as plantas estejam secas ao anoitecer.
     
    - Fertilização
    Um fertilizante fraco em nitrogênio é ideal para plantas adultas. Evite fertilizar as plantas depois de fevereiro para garantir uma boa floração. Para plantas pequenas, e onde a temperatura de inverno cai abaixo de 7°C, aplique um fertilizante com alta porcentagem de
    nitrogênio quando a temperatura se elevar acima de 15°C (setembro -outubro). Se a temperatura noturna é superior a 10°C, comece a fertilizar em julho. O meio mais fácil de fertilizar plantas pequenas é utilizar de fertilizantes timed-release que são eficazes por mais
    de 6 meses. É preciso, contudo, se ter em mente que orquídeas são plantas de crescimento bastante lento, portanto é melhor fertilizar mais vezes com uma solução bastante diluída.
    Doses fortes podem por em perigo a saúde das plantas.
     
    - Vasos e Substrato

     Xaxim é um substrato fácil de ser encontrado e talvez o mais indicado no Brasil para estas plantas. O substrato deve reter alguma umidade, mas não deve ficar encharcado, por isso é importante colocar alguns cacos de vasos ou telhas no fundo dos vasos visando possibilitarque a água drene rapidamente.
    Os vasos de barro são recomendados para substratos que retêm mais umidade. E os de plásticos para aqueles que retêm menos umidade. Os seguintes tamanhos são apropriados:
    - Plantas pequenas até 8 cm de altura: use vasos de 7 cm de diâmetro
    - Plantas de 13 cm de altura: use vasos de 9 cm de diâmetro
    - Plantas de mais de 25 cm de altura: use vasos de 11 cm de diâmetro

    Vasos muito grandes não ajudam no crescimento de plantas pequenas.
    Quando a temperatura noturna se mantiver acima de 12°C, comece a replantar as plantas pequenas que já necessitem de um vaso maior e também as plantas adultas que tenham terminado de florir e que também estejam necessitando de um transplante devido ao porte
    ou a deterioração do substrato. Adie a transplante enquanto as baixas temperaturas prevalecerem. Para replantar, remova o substrato que esteja deteriorado e as raízes secas, mas seja cuidadoso para não danificar as raízes vivas. Replante em um vaso um tamanho maior que o atual. Se o quantidade de raízes tiver decrescido devido a remoção das raízes mortas coloque a planta em um vaso menor.
    Plantas com mais de 7 ou 8 pseudobulbos podem ser divididas, no entanto isto não é necessário. A divisão de plantas com somente 4 ou 5 pseudobulbos retardam o crescimento da planta no ano seguinte. Transplante pequenas ou medias plantas que tenham terminado de florir somente quando o vaso tenha se tornado muito pequeno para suportar o peso de suas canas. A melhor época para se transplantar é quando as frentes novas estão com 10 a 15 cm de altura. As novas raízes destas novas frentes rapidamente irão se fixar no novo substrato. Não replante quando as novas frentes não estão crescendo ou a planta tenha parado de crescer. Depois de replantar. mantenha o substrato relativamente seco por duas
    semanas. Rege uma vez a cada 3 ou 4 dias, o suficiente para manter a superfície do meio úmida. Quando novas raízes aparecerem providencie abundante água que deve drenar rapidamente pelo fundo do vaso. Deixe as plantas em 40 porcento de sombra por 3 sem.após o transplante.
    Na primavera e começo do verão, keikis (pequenas plantinhas que surgem nas partes mais altas das canas) podem aparecer devido a danos no sistema radicular ou a excessiva fertilização por nitrogênio. Keikis produzidos na primavera produzirão pequenos pseudobulbos que ficarão maduros durante o verão. Quando as raízes estiverem com 7 a 9 cm remova o keiki, lave ele em água para amolecer as raízes e então plante-o em um vaso de 8 cm de diâmetro ou maior dependendo do tamanho do keiki. Se novas frentes sugirem na base de um pseudobulbo que esteja simultaneamente desenvolvendo um keiki, remova o keiki para encorajar o desenvolvimento da frente principal.
     
    - Produzindo Flores
    Pobre florescência em robustas canas e a formação de keikis é o problema mais comum com Dendrobium nobile. A solução é providenciar plena luz para plantas adultas. Se houver uma constante circulação de ar as plantas podem ser crescidas a pleno sol, até no verão. No Hawaii, as plantas são cultivadas a pleno sol com sucesso. Se a circulação de ar for inadequada, providencie 30 a 40 porcento de sombra durante os meses mais quentes para prevenir queimaduras nas folhas. De março em diante coloque as plantas diretamente ao sol para produzir fortes canas e folhas e prepara-las para florescer.
    Este texto foi baseado em grande parte no texto escrito por Jiro Yamamoto, para o livro "Growing Orchids" um manual de cultura produzido pela Americam Orchid Society em 1993. Jiro Yamamoto é um conceituado produtor de orquídeas que se tornou reconhecido internacionalmente pela excelente qualidade dos seus híbridos de Dendrobium nobile. Ele é proprietário da Yamamoto Dendrobiums em Mountain View, Hawaii, USA.

    quarta-feira, 8 de outubro de 2014

    Dendrobiun fimbriatum







    Floração setembro 2014

    Nome Técnico:Dendrobium fimbriatum Hooker
    Sin.: Callista fimbriata (Hook) Kuntze
    Nomes Populares :orquídea olho-de-boneca
    Família : Família Orchidaceae
    Origem: Originária da China, Índia e Malásia

    Este dendrobium pode atingir até 1,50m de altura, seus pseudobulbos são eretos quando novos e pendentes com a idade.
    As flores são de 5 a 8 cm de diâmetro, forma peculiar aos dendróbios, na cor amarelo-ouro vivo.
    As sépalas são lisas e as duas pétalas apresentam-se com as bordas onduladas levemente.
    A pétala diferenciada tem mácula em marrom bem escuro e as bordas finamente recortadas, lembrando uma fazenda desfiada.
    Olhando a flor bem de frente vemos que ela se parece com a mamangava, aquela vespa enorme e barulhenta que poliniza as flores do maracujá.
    As flores deste dendróbio reúnem em grande inflorescência na ponta dos ramos aparecendo na primavera e durando mais de uma semana para nos encantar.
    Pode ser cultivada em regiões de clima ameno a quente.


    DICA: Adubação e Propagação do Dendrobium:
    A adubação pode ser feita em várias etapas: para floração, reposição de nutrientes para crescimento da planta e para dar maior teor de elementos orgânicos para as raízes.
    A adubação de florescimento é feita no outono, para propiciar nutrição para a floração de primavera.
    Colocar adubo granulado NPK formulação 10-10-10, 1 colher de sopa em 1 litro de água e regar o substrato que deverá estar levemente úmido.
    Para melhor ambiência, isto é, reprodução do habitat das orquídeas nas matas, colocar adubo animal de curral bem curtido em água num recipiente, revolver e coar.
    Regar o substrato da planta com a mistura, fazer isto em qualquer época do ano, mas principalmente no início da primavera.
    A adubação de reposição é feita após a floração ter passado e é feita do mesmo modo e com a mesma quantidade de adubo do procedimento para floração.

    A propagação da muda de dendrobio é feita por sementes ou separação de touceira, mas recomendo  que se deixe uma grande touceira no vaso, pois o efeito decorativo é muito maior.

    sexta-feira, 3 de outubro de 2014

    Cattleya intermédia alba



     
    Foto e cultivo de propriedade de MGloriaM
    Floração Setembro 2014


    A Cattleya intermedia consta como uma das Cattleya mais apreciadas e cultivadas no Brasil. Motivos para isso não faltam. Além de ser nativa do Sul do País, apresenta uma grande variedade de formas e cores, sendo há décadas alvo contínuo de melhoramentos genéticos.

    É encontrada naturalmente desde a Região dos Lagos no Rio de Janeiro, passando pelos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Vegeta principalmente no litoral, adentrando pelo interior até determinadas altitudes onde o frio impede seu avanço. "Estranhamente, a costa paranaense não foi povoada por esta espécie, o que constitui uma intrigante curiosidade", comentam Pedro e Lígia Holderbaum, proprietários da Flora Holderbaum, de Joinville, SC.

    Carlos Gomes, proprietário do Orquidário Carlos Gomes, de Florianópolis, SC, afirma que no estado gaúcho sua ocorrência chega até as proximidades da fronteira com o Uruguai. "Nessa área, encontrou um habitat perfeito no Banhado do Taim, de onde saíram as melhores plantas e muitas variedades."

    O porte da Cattleya intermedia sofre pequenas alterações conforme o habitat. Gomes explica que no litoral, junto à vegetação rasteira das praias, onde há umidade constante e muito calor, atinge quase 50 cm de altura, apresenta folhas duplas ou triplas de até 20 cm de comprimento e abre de nove a dez flores por haste. Já no interior ou em locais com menos umidade, chega a 30 cm de altura e possui de três a cinco flores por haste.

    "Embora seja epífita, também pode crescer em pedras nos costões à beira-mar ou mesmo no interior. No Banhado do ­Taim forma verdadeiros jardins suspensos nas árvores, conhecidas como corticeiras, com dezenas de exemplares floridos", adiciona ele.

    Esta espécie faz parte das Cattleya bifoliadas e conta com pseudobulbos roliços, robustos e de crescimento rápido. As plantas comercializadas em orquidários emitem em média de uma a sete flores por haste, podendo ou não ser perfumadas.

    Maior atrativo

    Seu florescimento acontece do final do Inverno ao início da Primavera, com auge em setembro. Nesse período são realizadas diversas exposições em sua homenagem, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Os proprietários da Flora Holderbaum ressaltam que as flores da Cattleya intermedia possuem excelente textura, o que lhes confere boa durabilidade, permanecendo abertas por cerca de um mês. "Esta planta tem grandes predicados para hibridação, apresentando nas variedades flamea e aquinii um atrativo muito especial, que é o fato das pétalas possuírem em suas extremidades um intenso colorido, também passado aos seus descendentes. Esse atributo forma elementos multicoloridos que resultam em flores magníficas", dizem.­

    Eles justificam que, com o melhoramento genético sofrido pela espécie, os exemplares estão atingindo praticamente a perfeição, pois, ao longo de milhares de cruzamentos, suas flores se tornaram maiores, com melhor textura, mais redondas e de cores bem vibrantes.

    Atualmente, são admitidas cerca de 30 variedades, sendo que as mais comuns são tipo, orlata, marginata, alba, coerulea, flamea, suave, aquinii e concolor. "A orlata e a marginata parecem atrair mais a atenção devido à beleza do labelo. A flamea desperta interesse por ser grande e colorida", salienta Gomes.

    Ele acrescenta que uma particularidade é ser a única que possui um amplo número de exemplares com flores pelóricas, ou seja, com três sépalas e três labelos ou pelo menos duas pétalas imitando o labelo. "É uma mutação rara em outras orquídeas, mas acontece em Cattleya intermedia oriundas de cruzamentos encontrados na natureza."

    Dentre suas virtudes, também ganha destaque a precocidade, já que alguns seedlings emitem flores em três a quatro anos, enquanto nas demais orquidáceas, como a
    Laelia purpurata, pode demorar de seis a sete anos. Isso, aliado ao fácil cultivo, faz com que tenha grande aceitação em diferentes países, em especial no Japão, para onde é muito exportada.

    Mantendo a beleza

    Assim como todas as Cattleya bifoliadas, a Cattleya intermedia aprecia raízes bem arejadas, substrato poroso e boa adubação.

    O profissional de Florianópolis afirma que ela não suporta substrato velho, principalmente xaxim (hoje com comercialização e extração proibidas), sendo este o responsável pelo insucesso do cultivo no passado. Ele recomenda produtos para epífitas, desde que sejam porosos e trocados a cada dois anos se forem orgânicos. Caso sejam inorgânicos, a substituição pode ser feita somente quando a planta estiver saindo do vaso. "Particularmente, utilizo apenas pedra britada."

    O casal Holderbaum conta que depois de realizar diversas experiências, a que apresentou mais eficiência nas condições ambientais de Joinville foi a mistura de casca de pinus tratada, carvão e brita. "Uma dica importante para quem cultiva orquídea é desenvolver a observação, pois cada caso é diferente, não existindo uma receita exata para o sucesso". Como a cidade está localizada ao nível do mar e possui boa umidade do ar, esta espécie se adapta muito bem. "Cultivamos nossos exemplares sob ripados ou sombrite de 50% e em local ventilado", completam.

    Quando bem adubada, a Cattleya intermedia emite de dois a três pseudobulbos por ano, formando touceiras. Os profissionais orientam aplicar semanalmente ou a cada 15 dias adubo químico de formulação balanceada ou orgânico, como bokashi, a cada três meses. Porém, o procedimento deve ser interrompido durante a floração.

    Para garantir seu pleno desenvolvimento, é preciso dar atenção à rega, fornecendo água sempre que o substrato secar, e à luminosidade, mantendo sombreamento máximo de 70%. Também é necessário assegurar umidade ambiente acima de 60%.

    Os proprietários da Flora Holderbaum explicam que essa planta aceita bem divisões e replantes. "O momento mais propício é a partir de um mês após o término da florada, quando surgem novos brotos e novas raízes. O vaso deve ter uma abertura de 4 a 5 cm maior do que a muda plantada, que precisa ficar bem fixada, nunca solta ou balançando."

    Para minimizar o ataque de fungos, é essencial fornecer ventilação e luminosidade adequadas."Se houver necessidade, basta aplicar fungicida, tanto de contato quanto sistêmico, mas sempre com orientação técnica, porque de nada adianta usá-lo sem saber qual é o fungo", orienta Gomes.

    Como toda aglomeração de plantas favorece o aparecimento de pragas, os especialistas de Joinville aconselham um acompanhamento visual quando a coleção não é numerosa, retirando para tratamento o exemplar que apresentar infestação. "Cultivar Cattleya intermedia propicia um grande prazer, porque a cada abertura da primeira flor de um seedling novas surpresas poderão surgir", concluem.
     
    matéria capturada no site:
    http://portal.casadois.com.br/materias.php?id_materia=1323957156